A Última Estrofe
Por aqui tenho fluído
na falta desse sorriso
trejeito dividido
que disparas sem aviso.
Por aqui tenho fluído
Óscar solto, viajante
cárcere evadido do sorriso
teu, severo e errante.
Por aqui tenho fluído
porco narso visceral
testemunho excluído
do teu beijo judicial.
Por aqui tenho fluído
vendendo agoiros a quem
passa vermelho entardecido
em teus lábios que se põem.
Por aqui tenho fluído,
hóspede falso da capital
turista só e furtivo
de um sorriso teu oriental.
Por aqui tenho fluído
presa da febre que devaneia
sou um frágil pavio acendido
e tu fogo fátuo que o ateia.
Ensaios sobre a última estrofe.
Baseados num poema do Hugo Daniel