..:: Abade R. Fatia ::..

e tantas vezes aqui deitado a olhar para o tecto, à espera. Sempre à espera... oiço passados, faço planos envenenado em pensamento, vejo luzes, como árvores, penso em ti, sinto-me alguém na minha cama. A mente é um lugar aleatório

segunda-feira, junho 26, 2006

Orla

O desmaio é fulminante,
Desmantelo-me na areia.

A cabeça a andar à roda e a Terra
Gira com ela no mesmo sentido.
Resto imóvel debaixo das estrelas
O meu corpo inanimado regateia com o céu
Sonhos e valsas antigas

As pequenas arestas de ar atrevem-se pela traqueia
Porque o corpo é pesado e parece estar mal deitado.

Eu ando à roda...
...
....
.....
Neste lodo silenciso germinam larvas vorazes
Que remam em sentidos opostos,
Roem pensamentos e gritam desorganizadas
Em todas as direcções e caminhos que encontram
Assim nasce o veneno:
Começa verde, e seduz
.
.
.
Lua
Vem
Repouso.
Jejum, rebanho, marfim
Divindade, letreiro, sermão
Antigo, mantive, rumor
Amanheces, não, lembrar
Vandalizo-me, estejas, nunca
Vento, sabre, não não
Não será aqui.

A rocha anil é feroz
Fende o regato de vermes e parte
Em mim todo o planeta pára e muda o sentido de rotação
Giro eu agora para aqui
Ele para acolá
E remonto-me
.
.
.
Lezzzte
Vohirn
Nymmbe.
Andur, kahl, guiss
Juzl, danun, manbin
Hn. Hn.
Vamm-te zuzzum veb-abb, bi-buh
Rirro linem jiuh-v-ah-y.

Passei os dias nisto.
Neste modelo de Universo.

Abade R. Fatia (in: extrémis)

terça-feira, junho 13, 2006

Vesúvio


Marcha lenta que arde montanha abaixo
Na encosta de conchas,
Que é feita de arvores,
Esculpe a morte
Dos mosquitos assados
Que saquearam o sangue da aldeia.

Abade R. Fatia (in: extremis)