..:: Abade R. Fatia ::..

e tantas vezes aqui deitado a olhar para o tecto, à espera. Sempre à espera... oiço passados, faço planos envenenado em pensamento, vejo luzes, como árvores, penso em ti, sinto-me alguém na minha cama. A mente é um lugar aleatório

domingo, junho 12, 2005

breaking news


Tiago Monteiro festejou exacerbadamente o primeiro pódium português (3º lugar em 6 corredores) num Grande Prémio de Fórmula 1, debaixo do olhar surpreso mas condescendente, de Michael Schumacher.

O erowid tem cara nova. Mais informação e melhor arrumação da mesma, com novos e utilíssimos menus na parte superior da página. A secção de experiências pessoais pode agora ser ordenada por data, substância, autor, e título. Estas, entre outras novas features...

E eu cá estou.

Queria aproveitar a oportunidade para mandar beijinhos à minha mãe.
Mãe! Tou na net!!

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sábado, junho 04, 2005

Conversas com o ego

- Isto é António Variações!
- Hmm...
- "quando a cabeça rola pró abismo!"
- eh eh
- "quando a cabeça não tem juízo, e consomes mais do que é preciso, ooooooo corpo é que paga!"
- eh eh
- este gajo tinha visão.
- ele era drogado não era?
- ele tinha visão.
- eh eh
- às vezes penso nos junkies, e na vida que levam. compreendo-os tão bem.
- Hmm..

- por um momento, sentem tudo o que há para sentir neste mundo. claro que só resulta umas vezes... quando se torna vício as coisas começam a ter menos impetuosidade e perdem o brlho, a cor, e a vontade. mas das poucas vezes que sentem, senten-no como se fosse tudo em todo o lado e para sempre. e é para aquilo que vivem cada segundo do resto da vida deles. Incansáveis, eternamente incansáveis, em busca daquela sensação, só mais uma vez, uma única vez que seja.
- Hmm..

- e depois hão as pessoas que estão a volta e não compreendem. criticam-nos, discriminam-nos, marginalizam-nos, exorcizam-nos, odeiam-nos, temem-nos. enquanto eles... eles estão apenas ali, a morar num planeta distante, ou simplesmente à procura dele. eles sabem que a vida não é para sempre, sabem-no mais do que as pessoas. e é por isso que correm! em busca daquele barquinho que os leve só mais uma vez ao por do sol.
- eh eh

- vivem a duzentos à hora para, por breves momentos, se poderem esquecer de si e do mundo. pra se esquecerem que existem coisas e políticos, janelas e sacos de plástico, adeus e manhãs amarelas. e esses momentos são os que contam realmente. nada importa quando se está feliz. são os momentos em que está TUDO bem. consegues imaginar TUDO bem?
- Hmm..

- e é por isso que eles escrevem e cantam, e pintam, e riem! é por isso que parecem loucos desvairados e fazem coisas geniais e absurdas.
- eh eh
- depois há o tempo em que não se encontram mortos nem vivos. é a parte que lhes custa mais. mas "a vida não custa nada" deve servir-lhes de lema.
- Hmm..

- quando desaparecem levam tudo com eles. não fica nada. aliás, fica um corpo desintegrado, que as pessoas vêem. as pessoas olham e criticam, protestam, condenam, mas não percebem. as pessoas não perceberam nada do que ali se passou.
- Hmm..
-

 
Diz-me que solidão é essa
que te põe a falar sózinho
diz-me que conversa
estás a ter contigo

Diz-me que desprezo é esse
que não olhas pra quem quer que seja
ou pensas que não existe
ninguém que te veja!

Que viagem é essa
que te dirige em todos os sentidos?
andas em busca dos sonhos perdidos.

"Lá vai o maluco!"
"Lá vai o demente!"
"Lá vai ele a passar!"
assim te chama toda essa gente.

Mas tu estás sempre ausente
e não te conseguem alcançar!
Mas tu estás sempre ausente
e não te conseguem alcançar!

Diz-me que loucura é essa
que te veste de fantasia
diz-me que te liberta
da vida vazia.

Diz-me que distância é essa
que levas no teu olhar
que ânsia e que pressa
que queres alcançar

Que viagem é essa
que te dirige em todos os sentidos?
andas em busca dos sonhos perdidos...

António Variações - Sempre Ausente

Abade R. Fatia