..:: Abade R. Fatia ::..

e tantas vezes aqui deitado a olhar para o tecto, à espera. Sempre à espera... oiço passados, faço planos envenenado em pensamento, vejo luzes, como árvores, penso em ti, sinto-me alguém na minha cama. A mente é um lugar aleatório

sexta-feira, outubro 26, 2007

fotografia

E também pela primeira vez tive consciência de que aquele tenente de trinta e dois anos, cujo rosto severo portava traços da cruciante experiência pela qual passara, embora fosse robusto como um carvalho tinha já deslumbrantes cabelos brancos nas têmporas. E de um tão puro branco era essa marca de enorme sofrimento que um fio de teia de aranha agarrado ao seu bivaque se tornava invisível junto da sua fonte. Quanto mais fixamente olhava menos conseguia ver o fio entre aqueles fios de neve.

Mikhail Cholokhov - A Ciência Do Ódio