A amiga da terrinha
Cresceu silvestre nos campos de azeitona e labuta madrugadora.
Filha de gente simples, de batatas cozidas com azeite, pão e meia sardinha por refeição.
Neta de uma nação atrasada, de escolaridade às costas, com pernas sujas do pó camponês, que foram crescendo e engrossando sob o corpo outrora infantil e frágil, agora implacavel e robusto, seios firmes e maduros e um olhar meigo.
Infância crivada de tareias paternais, irmãos rabujentos, cabras e cheiro a leite azedo. Noites estreladas de pulga na cama.
Cartas de amor recebidas em aviões de papel, namoricos precoces, caderno diário às flores, com dedicatórias queridas dos amigos da escola..
Conheço-a emquanto comanda o exército negro num tabuleiro aos quadrados.
Alguns anos depois casa com o rico da cidade mais importante, dá-lhe três filhos e chora todas as noites o choro de mulher.
Para ti *
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