..:: Abade R. Fatia ::..

e tantas vezes aqui deitado a olhar para o tecto, à espera. Sempre à espera... oiço passados, faço planos envenenado em pensamento, vejo luzes, como árvores, penso em ti, sinto-me alguém na minha cama. A mente é um lugar aleatório

quarta-feira, outubro 13, 2004

A Noite Passada

À luz de uma tarde amarela, gritarias eufóricas, danças loucas, uma multidão inquieta, vontade de viver, um mundo meu. E havias tu ainda desfocada, numa imagem que se iria aperfeiçoar com o tempo.
Cai a noite desprendida de precauções, e somos todos novos para sempre. Viemos de crianças e rimos com tudo.. vontade de beber e rir até chorar..
Vem outra tarde, de cores definidas, com a mesma alegria, a despreocupação de todos os momentos, a multidão inquieta... o mundo já era nosso, e felizes por estar ali. Tu eras já uma fotografia lúcida...
Cai a noite e morremos num calvário de paixão e certezas. talvez a única vez...
Voltam as tardes, morrem as tardes, perdem a clareza e o brilho.. as mesmas multidões de gente e menos euforia.. os sorrisos timidos de quem está cansado... caem as noites pretas, cai o frio e tu não estás, página que se soltou de um livro.. e cessa a vontade de ali ficar.