..:: Abade R. Fatia ::..

e tantas vezes aqui deitado a olhar para o tecto, à espera. Sempre à espera... oiço passados, faço planos envenenado em pensamento, vejo luzes, como árvores, penso em ti, sinto-me alguém na minha cama. A mente é um lugar aleatório

sábado, janeiro 20, 2007

Testemunho solar

O motor falhou em pleno espaço infinito.
Desta vez não há fuga.
Comandantes do destino à deriva,
Vêmo-lo precipitar-se para um abismo cuneiforme
Como areia de ampulheta que se esgueira desigual
E sedimenta o tempo lá em baixo, num monte de calcite.

Areia em queda livre.
Em pleno espaço infinito não há o que a faça cair.
A menos que nós comandantes, donos de um corpo com massa,
Senhores das equações,
Lhe concedamos a fantasia de nos obedecer.

Dedicado a José Cid e à sua "Fuga Para o Espaço".