..:: Abade R. Fatia ::..

e tantas vezes aqui deitado a olhar para o tecto, à espera. Sempre à espera... oiço passados, faço planos envenenado em pensamento, vejo luzes, como árvores, penso em ti, sinto-me alguém na minha cama. A mente é um lugar aleatório

domingo, janeiro 14, 2007

Click


Esta é a melhor fotografia que alguma vez me foi tirada.
De todas as milhares, ao longo dos séculos, esta destaca-se pela genialidade.
É um disparo magnífico que me põe a pensar se a Fotografia não será uma ciência exacta.
Aqui estou eu, tão eu, que não me conhecia assim. O auge da minha imperfeição.
Apanhaste-me.
Parece tirada a bisturi.
Chegaste e cortaste uma fina camada da realidade, demasiado fina para que não me doesse, mas suficientemente espessa para que a pudesses levar contigo e conservar no escuro. No calcário frio da tua caverna, porque eu sei que tens uma.
Olha como conseguiste fixar o instante e ainda assim manter o movimento do cabelo e da palavra que acabava de sair da boca para se juntar ao diálogo lá mais adiante, que por pouco não se vê.
Apanhaste-me pá.
A mim e ao meu ego descalço.
À minha personalidade difusa, de histórias incompletas.
Distraído e de costas voltadas a um mundo onde certamente seria uma pessoa melhor.
Obrigado Hugo.