Movimento Imperceptível da Bolacha
Não me sinto bem.
Estou acordado há horas, às dentadas.
La laii lah lai laaaa
Oiço as vibrações crispadas de cordas instrumentais
Que estão afinadas em cadência.
Hoje é demasiado!
Volto do ponto de fuga,
Lugar num sofá diante deles
Onde o sentido não é lógica.
Venho revoltar a matéria
Porque matéria viva, refulge nos pátios.
Agora antes da morgue desinfecta-se o ser!
E dói.
Canta baixinho, dentro do túnel
E vibra...
A minha vida é um diamante por polir
Eu sou artesão
Mas dói-me a mão.
Tenho andado concentrado em ponteiros de relógio.
Lanço o olhar e espero...
Vejo a construção metódica do tempo
tic tac tic tac tic tac
Bato com as pontas dos dedos na cara
Por fim canso-me e desapareço.
Esgueirando-me por vielas cerebrais
Sou fugidío
Refugio-me aqui e ali, antes da aurora.
O Tejo corre aflito por baixo de mim!
Sente-se culpado
Eu sou antiquado.
Meço os dias com esquadro.
Dou a quem entendo
E a muitos entendo que devo dar,
Enquanto me balanceio.
Também sou de corda!
É metal brilhante, contínuo e denso
Interminável e sem sentido
É assim o meu espírito.
Nasce e vagueia em parques da saudade
no meio dos gritos e espasmos loucos.
Sou um mar.
Tenho estas vendas nos dedos
Que me impedem de escrever o que vejo.
Mas também tenho vontade de tudo...
Há os dias em que adormeço no banho
De água a ferver
Por cada expiração que dou
Todo o Universo colapsa
E geme baixinho em espasmos de prazer.
Sou o Teu jardim, o Teu cristal
Sou o Teu sonho a respirar
3 Comments:
At 3:46 da tarde,
Anónimo said…
delirante.
não penses, não penses.
és o rogério Dele.
*
At 1:48 da manhã,
n said…
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
At 1:49 da manhã,
n said…
o zulu tem um recado para ti
www.zuludasmeiasaltas.blogspot.com
lê o regulamento
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