..:: Abade R. Fatia ::..

e tantas vezes aqui deitado a olhar para o tecto, à espera. Sempre à espera... oiço passados, faço planos envenenado em pensamento, vejo luzes, como árvores, penso em ti, sinto-me alguém na minha cama. A mente é um lugar aleatório

sexta-feira, setembro 02, 2005

tetramorfose

Desenho as letras de um pássaro.
este não voa!
Deitou-se e adormeceu
ao som do arrasto do lápis
Nesta folha de papel.

O som da escrita é madeira seca
que é talhada por pequenos arrastares de grafite
Parece que estou a ouvir...
zhht...zhhzzzhht...zt...zhhzhht...

Aqui não há bater de asas!
O sonho não entra neste capítulo.
Apenas o pássaro (que é um pássaro horizontal)
de asas fechadas, rentes ao corpo
prontas a não abrir.

Um bater de asas é também seco,
mas a dois tempos
vshh-sssp! vshh-sssp! vshh-sssp!
E eles voam assim!

E executam círculos no ar
e outras formas abstractas...
Formas pouco geométricas
quase sem razão.
Voltas que se imaginam
de mente aberta e lápis na mão
quando o sonho não anda longe.

Daí que, distraído,
se entorne um pássaro numa folha de papel.

2 Comments:

  • At 11:55 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    começo a achar estranha essa tua fixação por aves... =P***

     
  • At 12:46 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    quando for grande quero escrever assim :|

    é sempre bonito escrever sobre pássaros

     

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